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Category: Representação Cerimónia do 16 de Março - Caldas da Rainha

Cerimónia do 16 de Março - Caldas da Rainha

March 16, 2025

 

Oficiais revoltosos das Caldas (Majores Casanova Ferreira, fardado, e Manuel Monge, à civil) parlamentam com o comandante das forças de cerco, brigadeiro Pedro Serrano, foto a preto e branco de 5 de março de 1974.

Militares sitiados no quartel das Caldas da Rainha durante o cerco, em 16 de Março de 1974

Início da rendição do quartel das Caldas no golpe de 16 de Março de 1974

 

O Levantamento das Caldas, também referido como Intentona das Caldas, Revolta das Caldas ou Golpe das Caldas[1], foi uma tentativa de golpe de Estado frustrada, ocorrida em 16 de Março de 1974, em Portugal.

O golpe foi descrito pelo "capitão de Abril" Garcia dos Santos como "uma tentativa de avançar com o golpe que não foi devidamente preparada", tendo sido precursor da Revolução de 25 de Abril seguinte, que derrubou o regime ditatorial do Estado Novo Português. É referido, por vários autores, como o catalisador que aglutinou o oficialato em torno do Movimento das Forças Armadas (MFA), transformando-se no leitmotiv para a adesão de quase todas as unidades militares à Revolução de Abril, que o mundo viria a conhecer como a Revolução dos Cravos.

Na coluna militar vinham duzentos homens comandados pelo Capitão Armando Marques Ramos, que foram presos e distribuídos pelos presídios de Santa Margarida, RAL1 e dos trinta e três oficiais que nela vinham integrados, os 11 considerados pelo regime como mais implicados, recolheram a prisão da Trafaria, onde permaneceram até dia 25 de Abril de 74.

Ao verem os seus camaradas do Levantamento Militar das Caldas da Rainha, presos, na Trafaria, o oficialato dos três ramos das Forças Armadas, não poderia ficar impassível e permitir que a Ditadura triunfasse, continuando o país sem liberdade, democracia e paz e a suportar uma guerra infindável, sorvedouro de vidas e jorro de estropiados em três teatros de guerra distantes milhares de quilómetros entre si e da sua base logística.

Os militares presos na Trafaria deram o pontapé de saída e o alento necessário para que o êxito da Revolução se alcançasse sem derramamento de sangue mas dando lugar a uma festa de flores.

O Capitão Salgueiro Maia diria no livro “Capitães de Abril”, de Alexandre Pais e Ribeiro da Silva, na pág. 74:

«Havia agora camaradas nossos na prisão e, como se sabe, no Exército a Camaradagem é algo de muito forte e a base da estrutura.

Quando sabemos que um indivíduo que passou connosco quatro anos na Academia Militar e algumas comissões no Ultramar, arriscando a vida, está preso algures pelo simples facto de comungar dos mesmos ideais só há duas hipóteses: vamos ter com ele a bem ou a mal. Nós tínhamos de ir buscá-los.

À falta de melhor motivo e no mínimo dos casos a acção seria desencadeada para libertar esses homens.»

Igual fervor revolucionário se lê no livro “Capitão de Abril, Capitão de Novembro”, do Coronel Sousa e Castro, ex-Conselheiro da Revolução, na pag.92; O comandante das forças em parada na Escola Prática de Infantaria de Mafra, Capitão Rui Rodriguês diz:

A revolução começou. Vamos libertar os nossos camaradas que estão presos desde o 16 de Março. A nossa missão é ocupar o aeroporto, quem não quiser vir sai da formatura

Sousa e Castro concluiu: «Este é um discurso da própria madrugada de 25 de Abril que estabelece uma relação com o 16 de Março…»

Otelo Saraiva de Carvalho ironizou:[2]

«Essa coisa falhada a que o Professor Marcelo Caetano chamará — irreflexão, talvez ingenuidade — redundou semanas depois no 25 de Abril de 1974

Entre os instigadores, mais diretos do golpe do 16 de Março, encontravam-se os Majores Luís Casanova Ferreira, Otelo Saraiva de Carvalho, Manuel Soares Monge, Capitães Ferreira da Silva, Virgílio Varela, Armando Marques Ramos e Tenente Victor da Silva Carvalho.[3][4][5]

 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Levantamento_das_Caldas

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